Na atual era de transformação digital e constantes mudanças, ninguém pode deixar de se atualizar – nem mesmo profissionais do setor jurídico. Em uma área que é considerada conservadora e burocrática, vemos que as tendências do setor jurídico se mostram cada vez mais inovadoras.
Além das mudanças tecnológicas no setor, é preciso ficar atento também nas atualizações das leis e nas novas regras que vêm por aí.
Por isso, separamos as principais tendências tecnológicas e legislativas do setor jurídico que você precisa ficar de olho. Confira o que estará em alta e atualize o departamento jurídico da sua empresa!
Tendências tecnológicas do setor jurídico:
1. Blockchain:
A Blockchain, muito associada às criptomoedas, já existe desde 2008. No início a tecnologia era usada principalmente no campo da economia. Mas, agora ela também é uma tendência do setor jurídico.
Gerando maior aproximação entre direito e TI, essa tecnologia proporciona processos e sistemas mais seguros e eficientes. As possibilidades de uso da Blockchain no campo jurídico ainda são incertas e amplas, mas já existem algumas aplicações, como:
- Autenticação de contratos em cartórios.
- Preenchimento automático e assinaturas digitais nos chamados smart contracts (contratos inteligentes).
- Registro e transferência de bens móveis e imóveis com uso de contratos inteligentes e pagamentos virtuais.
2. Lawtechs e legaltechs
Sabemos que as startups já são tendência no empreendedorismo. Mas, agora, estão entrando também no mercado jurídico. As Lawtechs ou legaltechs são startups focadas em soluções específicas para o setor jurídico.
Alguns exemplos dessas soluções são:
- Softwares de gestão de contratos.
- Uso de analytics e jurimetria para a busca automatizada de jurisprudências.
- Ferramentas online para negociação com clientes e maior interatividade entre os envolvidos em um acordo.
3. Automação
O trabalho manual e burocrático no campo jurídico é uma prática do passado. O grande volume de trabalho, contratos e atividades repetitivas, exigem alternativas mais eficientes e ágeis.
Foi aí que a automação entrou na rotina dos advogados há alguns anos e continua sendo uma das principais tendências do setor jurídico. Softwares jurídicos para gestão de contratos e atendimento de robôs-advogados via chat, são alguns exemplos de inovação que vêm ganhando espaço na área jurídica.
Ao automatizar tarefas rotineiras, o profissional ganha mais tempo e se torna mais estratégico. Assim, oferece melhores resultados para a empresa e mais qualidade para os clientes.
4. Migração para o ambiente online
Com a pandemia de Covid-19, muitas empresas tiveram que adaptar seus processos e os profissionais tiveram que mudar suas rotinas.
Devido às medidas de distanciamento social, uma prática que acabou se consolidando em 2020 foi a migração de parte das operações para o ambiente online.
Isso não quer dizer que as práticas presenciais vão deixar de existir. Mas a tendência para os próximos anos é uma ampliação do uso de processos e ferramentas online pelo setor jurídico, para realização de algumas atividades, tais como:
- Consultas, reuniões com clientes e julgamentos por videoconferência.
- Trabalho – tanto dos advogados quanto das equipes – no modelo home office.
- Tecnologias como cloud computing e armazenamento em nuvem.
- Atendimento ao cliente por meio de canais online de comunicação.
Vale lembrar que o setor jurídico deve estar atento também às práticas de seus parceiros. Se os fornecedores, por exemplo, estão atuando cada vez mais no ambiente online, é preciso garantir as devidas condições para essas parcerias, adotando atitudes como à digitalização de contratos e assinatura digital.
5. Cibersegurança
Com as operações se movendo mais e mais para o ambiente digital, cresce a importância da cibersegurança.
Afinal, não se pode negar que, junto com inúmeros benefícios, a tecnologia traz a possibilidade de riscos, como invasões aos sistemas da empresa, roubo de dados, fraudes e vazamento de informações confidenciais.
Por isso, uma das tendências do setor jurídico para os próximos anos, é investir em segurança da informação, a fim de proteger os dados dos negócios e também de clientes, parceiros e demais usuários, garantindo um tráfego seguro de informações e maior confiabilidade.
6. Legal design
Outro termo em alta no setor jurídico é o legal design – uma ideia baseada nos conceitos de design thinkinge user experience. O objetivo é oferecer a melhor solução e a melhor experiência para o cliente.
Parece óbvio, mas nem sempre as empresas colocaram seu público em primeiro lugar. Hoje, a tendência não é mais oferecer apenas um produto ou um serviço de qualidade, mas uma experiência incrível agregada.
Para isso, é preciso facilitar a vida dos clientes, resolver seus problemas e simplificar processos. Um exemplo é a assinatura digital, que facilita a vida de todos.
Outra forma de aplicar o legal design são os softwares jurídicos. Eles melhoram a comunicação com os clientes e agilizam etapas do ciclo de vida dos contratos, como redação, revisão e aprovação.
Tendências legislativas do setor jurídico:
7. LGPD e GDPR
A LGPD, nova lei que regula o tratamento de dados pessoais, foi sancionada em 2018 e entrou em vigor em 18 de setembro de 2020.
Contudo, com a Lei nº 14.010/2020, que institui normas transitórias e emergenciais em virtude da pandemia do coronavírus, os art. 52, 53 e 54 da LGPD – isto é, o conteúdo referente às sanções aplicáveis às infrações – que entraram em vigor a partir de 1º de agosto de 2021.
Assim, a jornada de adaptação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais ainda continua até o fim do ano de 2021. As empresas têm, portanto, alguns meses para se adaptarem às novas regras, colocarem suas práticas em conformidade com a lei e, assim, evitarem as penalidades por descumprimento.
Inspirada na GDPR (General Data Protection Regulation), a lei europeia sobre o tema, a LGPD traz mais rigor e controle em relação à coleta, ao uso e ao tratamento de dados pessoais. Sobretudo nas práticas online, a lei causa profundos impactos na gestão de informações das empresas.
Para garantir privacidade e segurança, os usuários passam a ter mais direitos. Devem, por exemplo, receber informações sobre o uso de seus dados e podem pedir a exclusão de suas informações nos bancos de dados das empresas a qualquer momento.
Em contrapartida, as empresas devem obedecer a mais requisitos, como transparência e finalidade legítima quanto ao armazenamento e tratamento de dados, além de obtenção de consentimento do titular para uso de seus dados pessoais.
Portanto, quanto antes as empresas se adaptarem, melhor.
8. Compliance
O setor jurídico já vem atentando para a importância dos programas de compliance há alguns anos. E essa tendência continuará valendo até o fim de 2021 e nos anos seguintes. Principalmente com a normatização da LGPD, o setor jurídico será crucial para garantir o alinhamento da empresa com as novas regras.
Será preciso adequar os contratos à LGPD, assegurando que os termos, as cláusulas e o armazenamento dos dados estejam em conformidade legal. Além do setor jurídico, os mais variados departamentos serão afetados, como o de TI, de compras, RH, marketing e vendas, entre outros.
Por isso, é preciso, desde já, adaptar os contratos e documentos jurídicos e criar programas de compliance que garantam medidas preventivas e corretivas de segurança e privacidade dos dados pessoais.
E você? Já está preparado para as tendências do setor jurídico para os próximos anos? Manter-se sempre atualizado é fundamental não apenas para estar em dia com a lei, mas para estar à frente no mercado.
Portanto, não deixe de acompanhar os conteúdos em nosso blog para ficar sempre por dentro das novidades e tendências!
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